segunda-feira, agosto 07, 2006

Ter ou não ter, eis a questão

Nunca me passou pela cabeça, mesmo antes, quando não tinha filhos nem pensava tê-los tão cedo, ter apenas um. Acho sempre que os filhos únicos são mais tristes, menos sociáveis, mais mimados porque não tiveram ninguém com quem brincar e partilhar (e sim, há muitas e variadas excepções mas duvido que haja algum que assumidamente consiga dizer que nunca, lá no seu íntimo, desejou ter um irmão) . Ninguém com quem dividir atenções mas também os castigos. Por todos os motivos e mais alguns, claro que há quem opte por ter só um mas eu nunca me imaginei a fazê-lo porque acho que nenhuma criança "merece" isso. Para falar a verdade, giro, giro acho que é ter três mas como a vida hoje em dia não se compadece com extravagâncias e a idade também não ajuda, da ideia dessa aventura utópica já me deixei há muito. Logo a seguir à Filipa ter nascido, já não me importava de passar por tudo outra vez. Rapidamente fiquei pronta para outra (pelo menos na teoria) porque já tinha a pedalada toda. Se tivesse sido logo, teria sido muito difícil e stressante, provavelmente de fugir como acontece por aí e eu não desejo a ninguém, mas pelo menos agora não estaria a ter second thoughts.

Mas a Filipa cresceu. Ainda é um bebé mas está mais menina. Há muito que dorme e deixa dormir a noite toda (salvo raras excepções e sempre que o menciono ela dorme mal nessa noite portanto é melhor não falar muito no assunto), que praticamente nos acompanha nos horários, que se pode levar para todo o lado (ainda que às vezes se porte mal nos restaurantes porque tenta fugir da cadeira para ir brincar no chão!). E eu dou por mim a pensar que mesmo não sabendo bem qual a diferença ideal para dois irmãos terem entre eles, a verdade é que neste momento não me apetece passar por tudo outra vez. E o tudo é mesmo tudo. Desde os 1ºs enjoos aos últimos, passando pelos 2 meses em que não conseguia entrar na cozinha sem ir a correr para o WC. E o cansaço e inchaço dos últimos meses. A tensão alta / pré-eclâmpsia do último (vá, safa-se o 2º trimestre). E depois o acordar de 2 em 2 horas, o peito a rebentar durante meses, a choraminguice por coisa nenhuma aparente, almoçar e jantar com ela ao colo ou com a perna sempre a abanar a espreguiçadeira, etc, etc, etc... E eu tive um bebé que considero super fácil porque na verdade, ela é um espectáculo (baba a escorrer, naturalmente).

Agora que está tudo encaminhado, que já nos aguentamos uns minutos a ver o Noddy e outros desenhos animados, que conversamos minimamente, que percebemos tudo o que nos dizem, que somos meigas e dadas e brincamos sozinhas, é preciso ser louca para voltar a passar por tudo outra vez ou não? Uma vez que a médica é de opinião que o nosso corpo demora 2 anos a voltar ao lugar em qualquer parto, então cesariana definitivamente 2, tenho 5 meses para não me preocupar com o assunto sequer. E depois, terei coragem de passar por isso? Neste momento não me apetece nada mas sei lá se não vou mudar de ideias entretanto. Com a agravante de que a disponibilidade para 2 não é a mesma que para 1. Se já assim às vezes acho que não faço mais nada em função dela, como é que é quando ela tiver de dividir com outro? E sim, continuam a assolar-me as questões do "será que vou gostar do 2º da mesma forma porque já não é novidade?" Continuo a saber que é uma pergunta parva mas é o que me ocorre. E se me arrepender? E se o 2º for uma peste terrorista maior ainda? E se tiver daquelas cólicas de estar 3 horas a chorar, que foi coisa que a Pipa nunca teve? E se for simplesmente chorão e irritante? Acho que me calhou um bebé tão espectacular que acho que mais nenhum poderá alguma vez ser tão espectacular como ela. O melhor de dois mundos, uma menina que tem coisas de menina como quando dá a papa aos nenucos mas ao mesmo tempo que gosta de brincar com os seus carrrros e trepar a tudo como os rapazes. E como é que será ter outro filho nosso? Ou filha que ninguém me convence que não será outra rapariga só para passar mais uma vez pelo drama de escolher um nome feminino quando eu só gosto de nomes de rapazes. Pelo menos em termos logísticos a coisa resolvia-se e não era preciso fazer mais um quarto de gajo. E se eu estou bem assim, porque raio me vou dar ao trabalho de ter... mais trabalho?

19 comentários:

Anónimo disse...

Este post bem poderia ter sido escrito por mim. Sempre disse que não queria ter só um filho mas neste momento acho que ainda não estou preparada para me partilhar com mais alguém que não seja a minha princesa. Como a vida ainda não está estabilizada a nível profissional vou adiando essa questão.

odete disse...

é exactamente no que penso.ai a tua princesa tabme gosta de fugir da acdeira para ir brincar pro chao nos restaurantes..hehehe

Lúcia disse...

E se te sentes bem assim para quê mudar. Se o primeiro filho tem de ser muito pensado e programado penso que o segundo mais ainda, por isso, apesar de por vezes me assolar uma vontade louca de ter mais um bébé, penso que a Beatriz por enquanto vai perder muito do que tem sem que dê valor à vantagem enorme de ter um irmão ( ou irmã ), daí que tenha adiado a minha vontade. Por enquanto sinto-me preenchida mas penso que daqui por uns tempos, quando crescer e não for mais a minha bébé, a vontade de lhe dar um mano vai ultrapassar todos os obstáculos.
Bjnhs

Ana disse...

Não te consigo dizer nada porque está tudo aí nesse post.
É um dilema!
A minha mãe sempre me disse que quando me tinha só a mim, que estava tão bem, que tinha tempo para tudo e não pensava ter um segundo filho. Até que tinha eu 3 anos e meio, a pedido do meu pai, a minha mãe engravidou. Passou a não ter tempo para nada, o meu pai não ajudava em nada. Passados 2 anos e meio engravidou outra vez.
Hoje diz-me que foi a melhor coisa que podia ter feito, que não transformava nada se voltasse atrás. Que se sente muito mais completa com 3 filhas.

Eu acredito que sim, que aquele stress dos primeiros tempos são sempre esquecidos mais tarde e fica sempre as boas recordações.

Estou na fase de ainda estar a curtir a minha filha....daqui a uns anos logo se vê.

Beijocas e boa decisão

Ana disse...

Mas custa tanto ver a roupa quase intacta a ser arrumada em baus!

Anónimo disse...

A reposição da população exige de cada casal um mínimo de 2,1 filhos... faça o favor de cumprir a sua obrigação social! Até por que não há nada como a expectativa de um novo milagre. E os terroristas são normalmente reflexos da nossa personalidade e estilo de vida.

Anónimo disse...

Olha a lata deste anónimo... ele há com cada uma!!!
Enfim, faço das tuas minhas palavras e ainda acrescento o medo das coisas piorarem a nível do casal... Mas ainda temos mais algum tempo... Muitas beijocas

Anónimo disse...

Olha a lata deste anónimo... ele há com cada uma!!!
Enfim, faço das tuas minhas palavras e ainda acrescento o medo das coisas piorarem a nível do casal... Mas ainda temos mais algum tempo... Muitas beijocas

lénia rufino disse...

não concordo com o início. não acho que os filhos únicos sejam nem mais tristes nem menos sociáveis. ou então sou só eu que, sendo filha única, sou daquelas pessoas que está sempre a rir e que tem carradas de amigos e que nunca sentiu falta de pessoas por perto.
claro que adorava ter irmãos. e não quero ter só um filho. mas daí a dizer que os filhos únicos são mais tristes e menos sociáveis, vai uma grande distância... até porque, não tendo irmãos, nós, os filhos únicos, temos que ser mais abertos, para conseguirmos fazer amigos...

Susie disse...

é pá, agora estou preocupada...e eu que pensava que já tinha cumprido a minha obrigação para com o mundo e afinal ainda me falta fazer 0,1 de filho...

Susanita...é uma decisão DAQUELAS, acredita. Eu só posso dizer que dá um horror de trabalho e que convém pensar mesmo muito bem antes de ter o segundo. Mas posso também dizer que não há NADA no mundo que pague ver os meus filhos juntos a brincarem, interagirem e rirem um com o outro. Ajudei muito, não foi?
Acho que vão acabar por chegar a uma conclusão.

Inês disse...

:) Eu acho que no fundo já tomaste uma decisão porque caso contrário não punhas sequer a hipótese. Eu tenho 5 anos de diferença do meu irmão e apesar de termos feitios completamente diferentes, acho que não seria a mesma se ele não existisse. Sei por experiência de alguns amigos que se com 1 a coisa não é fácil, com dois o panorama não melhora nada, mas todos dizem que os sorrisos, a cumplicidade e as brincadeiras entre ambos fazem esquecer as adversidades. Por isso, força. E quem faz um bebé maravilhoso como a Filipa com toda a certeza consegue fazer outro.
Beijocas.

p.s. ando a ver se o meu sai assim como a pipa por isso está a demorar mais :-).

Licas disse...

Penso tantas vezes o que acabas de escrever...

Ana disse...

cada dia que passa, sinto-me mais como tu... mas queres saber uma coisa:
Já tive um irmão e hoje sou filha única. Foi como se algo em mim morresse também.

Sei como é as duas coisas... e embora tenha passado pelas fitas, chatices, birras e coisas de quando eramos crianças... o amor de irmão é uma coisa especial e única. Quando crescemos eramos muito amigos.

Por isso, por saber como é, e saber como é não ter, quero e devo dar um irmão ou irmã à minha filha. ELA MERECE!

beijinhos

a mãe dos miúdos disse...

é por isso que eu não penso no 3º filho para tão cedo (se vier). não me apetece estar a passar por tudo outra vez. vou saborear o Miguel (que não é tão calmo como a Joana) e depois logo se vê. eu vou saber quando chegar a hora. se chegar.

Anónimo disse...

Hum, um post tão grande sobre este assunto acho que só tem um significado: daqui a 6/7 meses temos por aqui novidades.
Eu sou filha única, o meu marido é filho único e também não me passa pela cabeça deixar a Adriana sem um mano ou mana. Mas que não vai ser fácil, isso tenho a certeza...beijocas

Anita disse...

Não deixem os anos passar. Eu também não queria que o meu filho fosse filho único. Por vários motivos não lhe pude dar uma irmã(o)mais cedo. Hoje, depois de 15 anos aconteceu. Também tinha receio da gravidez com enjoos, dores, inchaços, e essas coisas todas que acontecem e depois as noites sem dormir, as doenças e essas coisas todas. A verdade é que não aconteceu nada do que aconteceu da 1ª gravidez e desta vez eu já tinha 41 anos. Foi uma boa gravidez, sem enjoos, muita vontade de comer, inchaços só no fim da gravidez e um tive parto extraordinário, lindo. Neste momento se a minha idade não fosse tão avançada, tinha já outro. É verdade as noites sem dormir, andar sempre com ela ao colo, também não aconteceu. As doenças é que foi como com qualquer outra criança, mas só a partir dos 6 meses, quando começaram a nascer os dentitos, mas nunca me deixou até hoje sem dormir. Neste momento está com mais uma virose, ou amigdalite, o médico não soube dizer ao certo e está à 4 horas a dormir. Se querem ter, não pensem, tenham, porque quanto mais tarde for mais dificil vai ser a decisão.

Beijinhos

Anónimo disse...

Compreendo a indecisão mas como filha única "traumatizada" (mas não triste, não sociável, etc...) te digo:
Vá lá só mais UM!!!!
Tenho o Di com 14 meses e penso no próximo ano começar nos "treinos" apesar de já sentir que a vontade de voltar a determinadas coisas que tú bem descreves não é muita...Tento pensar nas muitas mais que compensam tudo isso!!!
Beijinhos

InêsN disse...

não sei se conheces a minha história...

o diogo foi um bebé maravilha que chorou pela 1ª vez, a sério, aos 2 meses e meio. nunca deu trabalho, sempre foi calmo e muito sociável.

a sara, minha 2ª filha, começou a chorar na maternidade e só parou quase 4 meses depois.

eu não estava habituada e para piorar o cenário estava com os 2 em casa. foi muito desgastante e de fazer quebrar qualquer um.

têm 11 meses e meio de diferença...e eu não me arrependo 1 segundo de a ter tido!

;o)

ps - hoje agradeço esta 2ª gravidez tão próxima da 1ª e tão inesperada. acredito que mais tarde viria a ter exactamente as mesmas dúvidas que tu...

ps1 - mas vale a pena...acredita!!

Anónimo disse...

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