sexta-feira, setembro 22, 2006

E agora

vou de férias.

No início era o verbo

Uma coisa são gralhas. Eu escrevo muitas e a toda a hora. Sou completamente disléxica no teclado e se algumas acabo por descobrir e corrijo, outras ficam mesmo assim. Quantas e quantas vezes escrevo cosia em vez de coisa, masi em vez de mais, memso em vez de mesmo, apra em vez de para. Mas essas são isso mesmo: gralhas. Que não daria se estivesse a escrever com caneta em vez de teclas. Outra coisa são as vírgulas que muitas vezes não sei onde colocar e que às vezes não parecem ficar bem em sítio nenhum. Não sou nenhum génio da escrita nem pouco mais ou menos mas o que eu não suporto mesmo e admito a quem quiser ouvir, são os erros ortográficos.

Principalmente aqueles bem cabeludos. Aqueles que me irritam e enervam e tiram do sério e que me fazem ter vontade de bater em alguém. Aqueles que de os ver tantas vezes duvido de mim própria ao ponto de ir confirmar no dicionário como se escreve alguma cosia (vêem??) que eu até tinha a certeza como era, mas de ver tanta e tanta gente a escrever de outra forma (mal) fico sem saber se sou eu que estou errada (e chego sempre à conclusão que estava certa e nesses momentos autoflagelo-me por ter duvidado de mim própria!)

Então quando são dados por pessoas que ganham balúrdios para não fazer um corno e que nem se dão ao trabalho de saber escrever Português, ainda me irritam mais. Não só irritam como chocam. Não acho admissível que ninguém que tenha andado na escola os dê quanto mais alguém que tirou um curso superior e que é director de alguma coisa. Devia ser proibido. Antes de serem contratados deviam fazer uns ditados, umas provas, qualquer coisa. E se dessem daqueles erros de fazer corar as pedras da calçada, deviam ser excluídos sem apelo nem agravo. Desemprego com eles.

Lembro-me de corrigir erros de professores da faculdade no quadro. Lembro-me do professor de Informática escrever expontâneo. Lembro-me de outra professora ter escrito um erro horroroso no quadro. Lembro-me dela e lembro-me da situação, só não me lembro da palavra.

Quem não sabe escrever devia estar quieto. E quando os erros são dados por pessoas com que simpatizo, que são boas pessoas, que são queridas e tal mas que não sabem escrever, fico triste. Primeiro chocada, depois desiludida e com pena. Pena que não saibam como escrever as palavras, pena que nunca tenham tido bons professores como eu até acho que tive alguns, pena porque os pais não os incentivavam a ler quando eram miúdos como eu tive a sorte de ter, pena porque o mundo para eles é muito mais limitado. É um mundo de enganos e de erros. De Português, é certo, mas de erros (e os que deviam ser despedidos são só os directores, atenção!).

Há os frequentes há sem h e há com h quando é sem, os estivestes, fizestes, ouvistes, comestes (quando referente à 2ª pessoa do singular), os famosos daria-se, faria-se, os inenarráveis "tracinhos" nos verbos: volta-mos, enviar-mos, atingir-mos, deixar-mos...

À cerca, tragecto, geito, diverção, anoréxica, pretenção, vôo, acelarar. Agora até há um novo: passífico. Conhecem? Eu também não conhecia até há poucos dias.

Também há os que não aparecem escritos mas ouvem-se por aí... Fáçamos, póssamos, vistezio ou encontrastezio, levazios ...

Basta vaguear um pouco por aqui para encontrar mais uns quantos. Felizmente até nem encontro muitos. Mas isso é porque os sítios onde os há, são pouco visitados por mim. Prefiro aqueles que são lufadas de ar fresco, daquelas pessoas que nasceram para escrever e que me fazem pensar: bolas, como eu gostava de escrever assim. Para não ferir susceptibilidades, não refiro ninguém. Mas eles sabem quem são.

No trabalho não me safo. Todos os dias chegam e-mails das mais diversas pessoas, dos mais diversos cantos do país, dos mais diversos níveis sociais. E aí a lista é interminável. Dá-me logo vontade de responder de volta que só respondo quando a pessoa aprender a escrever como deve ser. Mas infelizmente não posso fazer isso. E nesses casos limito-me a forçar-me a usar no e-mail de resposta as mesmas palavras - correctas - que me enviaram erradas. Pode ser que assim se faça luz em algumas cabeças. Ou não.

Ah, e só para terminar, porque é coisa que agora muito aparece por aí em inúmeras versões diferentes, expectoração escreve-se assim como está aqui. Nem com s nem com u mas assim.

E se alguma vez me apanharem algum erro, por favor corrijam-me que eu cá não gosto de passar a vida a escrever coisas erradas e prefiro que me digam logo para eu aprender como é. Ou nesta vida não estivéssemos sempre a aprender... e eu quero continuar.

quinta-feira, setembro 21, 2006

Minhas lindas

Não vos queria de todo induzir em erro. Às vezes desabafo sem pensar na interpretação que palavras menos óbvias poderão ter nessas cabecinhas babybloguísticas. Portanto, hold your horses, a natalidade no país ainda não vai aumentar. Quando for isso, serão (quase) as primeiras a saber :-) Mas por enquanto, não é! Já vos disse que mesmo sem vos conhecer (algumas), gosto muito de vocês?? ;-)

quarta-feira, setembro 20, 2006

Quanto mais penso nisso

mais entusiasmada fico (mais assustada também mas isso logo se vê)

quinta-feira, setembro 14, 2006

Reflexões

Em conversa de bebés com as colegas (que hoje em dia deve ser aí 75% das nossas conversas), cheguei à conclusão que o que me assusta no 2º não é passar por tudo outra vez, não é a barriga descomunal, o desconforto ou as dores de parto. Não são as noites mal dormidas, a chatice da amamentação ou os choros a toda a hora. O que me assusta a sério é a falta de paciência para a 1ª que o 2º possa vir a gerar no processo.

As frases mais ouvidas nas férias (ainda...)







Dele: A Fuipa??
Dela: O Caquinho??

terça-feira, setembro 12, 2006

Monólogos

Demorámos meia hora para sair da escola. Eu demorei meia-hora a conseguir arrancá-la do colégio. Tem de experimentar sempre todos os carros, todas as motas, todos os escorregas, todos os brinquedos, entrar em todas as salas. Fugir, fugir, fugir. A minha paciência ontem não era das melhores. Este calor irrita-me cada vez mais. Odeio estar permanentemente a destilar. Odeio ter a roupa colada ao corpo. Odeio a moleza que isto me faz sentir. Odeio acordar de noite a escorrer água. Odeio ver a miúda com o cabelo sempre como se tivesse acabado de tomar banho.

Chegámos a casa, não queria sair do carro. A conversa não funciona, vai à força. Menos mal, não rabujou. Queria ser ela a marcar o código da porta. Claro que não teve força para todos os números, mais uns minutos perdidos. Ela ao colo para não se pirar. Mais a minha mochila, mais a mochila dela. Mais um saco. Mais as chaves na mão. Mais este calor pegajoso a tirar-me do sério. Estou tão cansada que só me apetece dormir.

Entramos no elevador (ela carrega no botão para o puxar) Betão vadoi mãe

Já no nosso andar: Dá cá isso mãe (aponta as chaves)

A Pipa abi (mas sou eu que abro a porta, claro que ela não consegue)

Ela já no chão empurra a porta - Poi entar mãe como quem diz "entra"

Já lá dentro empurra a porta para a fechar - Pota chada mãe

Isto tudo sem eu dizer uma palavra. Ela deita os foguetes, apanha as canas...

Eu só queria dormir. Mas ela ainda conseguiu fazer mais umas asneiras daquelas que já repetimos vezes sem conta que não deve fazer, como abrir a torneira do bidet e molhar o chão todo (nunca vi ninguém gostar tanto de água!), que me fizeram dar-lhe uma palmada. A primeira a sério. E estava sem fralda. Rabo ao léu. Saiu com mais força do que eu tinha imaginado. Ficou com os dedos marcados. Chorou, chorou, chorou baba e ranho. Mas veio agarrar-se a mim. Claro que não vale a pena dizer que também me custou. Explodi, pronto. Acontece. Não sei se foi o suficiente para não voltar a repetir. Acho que não. Mas ela sabe bem o que não deve fazer. Tanto é que se chega ao pé das coisas e repete "Não meixe Pipa" com ar de desafio. Há dias que aquela energia toda me deixa esgotada, cansada e sem paciência nenhuma. Até na escola ontem me perguntaram como é que eu consigo fazer alguma coisa em casa se ela não pára um segundo (só quando está a ver desenhos animados, aí tenho uns minutos de tréguas).

Queria tanto dormir!

segunda-feira, setembro 11, 2006

Não consigo

deixar de me sentir triste neste dia.

sexta-feira, setembro 08, 2006

Ainda as férias

(porque a verdade é que não me apetece nada trabalhar)

Obrigada a todas pelos parabéns (isto é mesmo um mundo feminino). Eu sou daquelas que não ligo a mínima ao dia de anos e até dispensava passar o dia a repetir a mesma coisa às pessoas ao telefone (obrigada, obrigada, obrigada), mas enfim, não há nada a fazer e o dia chega certinho uma vez por ano.

Já não me dói o pescoço mas para compensar, hoje ao sair da banheira, bati com o pé com toda a força na dita cuja. Até vi estrelas. Só não gritei porque a Pipa ainda estava a dormir e podia assustar-se. Mas custou engolir os gritos. E ainda me dói o dedo do meio! (quem é que me manda a mim sacudir a água dos pés abanando-os quando ainda estou mais a dormir que acordada?)

E como isto já está a parecer um blog-diário daqueles que não tenho paciência nenhuma para ler, esqueçam tudo.

Voltando às férias (já só faltam duas semanas!), dia 19 a Pipa teve o seu baptismo de voo (se não contarmos com o baptismo de voo intra-uterino, há dois anos!). Apesar de ainda não ter direito a uma cadeira só para ela, a verdade é que teve porque o avião não devia estar lotado, apesar de parecer. Vi mais uns quantos bebés a irem com os cintos próprios para ir ao colo mas ela devia ser a mais velha desses e teve direito a cadeira. Como é que correu? Bem, ela não queria estar sentada, essa é óbvia. E com o cinto posto menos ainda. Agora tentem manter sentada uma lombriga com cintura de vespa numa cadeira de adulto com um cinto que só prende na barriga. Pois. Berros, berros e mais berros. Só acalmava quando uma das hospedeiras que era uma querida (apesar de espanhola) vinha meter-se com ela. Tirando isso era impossível. Claro que quando o sinal do cinto se apagava, a deixávamos à solta a fazer o que queria (o que significou estar de pé no banco, aos saltos, e desce e sobe e tenta enfiar-se entre bancos para passar para o de trás ou da frente, enfim, o filme da mexilhona do costume. Tinha ou não tinha razão em escolher um destino que não chega a duas horas de caminho?

Na volta o avião devia vir mais cheio. Ou a estúpida da espanhola do check in (sim, continuo a não gostar de espanhóis apesar de este ano já lá ter ido passar férias duas vezes e ainda estar a pensar ir mais uma) não lhe apeteceu deixar aquele lugar vago de propósito. Seja como for, teve de vir ao colo, agarrada com o cinto dos bebés. A espernear por tudo quanto é lado para se soltar. Mas como vinha ao colo e à janela, até nem correu muito mal. Ajudou o facto do sinal do cinto só ter estado aceso na decolagem e na aterragem. De resto andou a saltar de colo em colo, a virar-se para trás a brincar com o Caquinho, aos saltos e pulos e saltos e pulos e saltos e pulos. A querer ir para o chão e quase se metia debaixo dos bancos (que inveja que eu tenho daquela agilidade). Acho que no final das contas, até correu bem. Mas não quero imaginar se tivéssemos tido a triste ideia de a levar a um sítio qualquer que ficasse a 8 horas de viagem...

quinta-feira, setembro 07, 2006

Efemérides

Há lá melhor prenda de anos do que começar o dia com um torcicolo que nos impede de virar o pescoço?

(isto não está a começar bem!)

quarta-feira, setembro 06, 2006

É nestas alturas...

... que me apetece ficar grávida outra vez!!!!!

(tradução: mais uma colega de trabalho e mais uma amiga grávidas. Curiosamente ambas com o mesmo tempo, 13 semanitas de gestação!)

(E sim, eu sei, a inveja é uma coisa muito feia! mas olhando agora para trás, é mesmo um estado interessante e único, não é??)

Regresso às aulas

O assunto do momento aqui na comunidade também chegou cá a casa. E foi pacífico, tal como se esperaria. Aliás, eu até estava à espera que depois de tanto tempo connosco, ela estranhasse mais. Mas depois da choraminguice da chegada no primeiro dia e a gritar pai (que depois durante o resto do dia já esteve bem), ontem quando lá chegou já virou costas e foi brincar. O pai ainda lhe conseguiu roubar um beijo e um xau mas o que ela queria mesmo era saber do recreio. Tenho a certeza que estava com saudades dos amigos e das rotinas da escola. Nas férias falou nos nomes das educadoras algumas vezes. E é giro que já os diz de maneira diferente. A evolução da linguagem nas férias foi realmente uma coisa assustadora. Nós demos conta disso e estivemos com ela todos os dias, mas quem não esteve ainda notou mais.

A sala é nova, a Táia continua lá para as brincadeiras e para a ensinar. Tem uma amiga nova para a ajudar, a Luxa (que ontem à saída também teve direito a beijinho espontâneo, tiveram todas as que lá estavam). A Inda foi tratar dos meninos de outra sala e deixa muitas saudades em todos. O recreio é novo, muito maior, com relva a sério, e muitos escorregas aos quais ela ontem fez questão de limpar o pó a todos várias vezes, enquanto eu tentava durante 20 minutos arrancá-la de lá para ir embora para casa. Ela adora o colégio e eu adoro que ela adore o colégio. Há mais crianças e mais ... Rapazes... (!!) e por isso ela gosta mais de brincar ali. (é nítida a preferência por rapazes / homens). E há os um-bocadinho-mais-velhos da sala ao lado que partilham o recreio com a turma dela. Também gostou da cozinha em miniatura que tem na sala, veio chamar-me para a mostrar.

No último dia de aulas antes das férias, a Inda escreveu no caderninho da Pipa, palavras que me fizeram vir as lágrimas aos olhos (e eu nem sou muito destas coisas). Além da Filipa ser uma bebé especial (para mim é com certeza mas fico feliz por saber que é para outras pessoas) é bom saber que as pessoas que tomam conta dela na nossa ausência, sentem a confiança que nós temos nelas e que ambos tentámos passar ao longo do último ano. E não podia deixar de escrever aqui um muito sentido "obrigada Inda". Por tudo!

A verdade é que somos descomplexados nestas coisas. Eu até mais que ele. Às vezes digo que sou desnaturada ou anti-galinha mas a palavra melhor saiu da boca desta menina no outro dia e foi: racional. Eles têm de ir para a escola, boa? Mais cedo ou mais tarde vão, porque a vida é mesmo assim. Então não vale a pena stressar sobre o assunto. Jamais me ocorreria ficar em casa com ela porque tenho a certeza que daria em maluca com isso. Preciso de fazer outras coisas e ter conversas de gente grande (ainda que também se fale de fraldas!) E ela também precisa de crescer para o mundo. Durante a vida vai cruzar-se com inúmeras pessoas e vai ter de saber lidar com isso. Mais vale começar já, num ambiente do melhor que há. Cada um sabe de si mas para mim, até ver e só em circunstâncias muito particulares (e eu até conheço algumas noutras pessoas), é que poderia tomar outra opção que não a da escola que continua a ser a única que me parece boa a todos os níveis. Ajuda ter confiança a 200% na escola, é verdade, mas também vai um bocadinho de nós. Se eu não confiasse, se calhar não tinha telefonado apenas uma única vez para a escola a perguntar por ela, durante este mais de um ano. E foi no primeiro dia, aos 5 meses. Mas se eu não sentisse a alegria, boa disposição e profissionalismo quando entro por aquelas paredes se calhar não estava tão confiante. É tudo uma questão de sorte.

A poucos kms de distância, o primo Ique também começou a sua vida escolar. Pela primeira vez, com pouco mais de um ano, lá foi ele todo contente. De sorriso fácil e sempre bem disposto, virou costas ao pai e lá foi ele brincar. Ai é para eu ficar aqui? Então está bem. Ala que se faz tarde. Nem ai nem ui. Grande sobrinho, assim é que é!

Para todos os pais que estão agora a passar pela angústia de deixar os filhos na escola pela primeira vez (e apenas utilizo angústia pelo que leio já que não me identifico minimamente com o sentimento): relaxem! Eles adaptam-se melhor que nós. As vossas lágrimas não vão fazer passar as deles. Pelo contrário, podem agravá-las. Podem até chorar nos primeiros dias - mas não é verdade que eles choram por muitas outras coisas e também choram quando estão connosco? Podem até demorar uns dias a adaptar-se - mas não passámos já todos nós por isso? Mas depois da tempestade... vão ver que vai chegar o tempo em que eles não querem vir embora (eu que o diga), que os que comem mal vão na escola comer melhor (eu que o diga também), vão fazer amigos e aprender a partilhar brinquedos. Vão lidar com pessoas de várias idades. Vão crescer para o mundo. E vão ser certamente felizes. Também vão esmurrar o nariz (mas terão lá alguém que lhes vai dar beijinhos e ajudá-los a levantarem-se), vão apanhar varicela ou outra coisa qualquer (mas isso faz parte da vida e mais vale agora que depois), vão levar uma mordidela ou um puxão de cabelos de um coleguinha mais atrevido. Mas vão aprender a defender-se. A super protecção gera adultos inseguros, penso eu de que. E não me venham com as tretas de que eles não aprendem nada na escola e que não interagem até aos 3 anos porque isso é mentira, venham as teorias que vierem, fico na minha. Por muito que nós puxemos por ela e que lhe tenhamos ensinado muitas coisas, houve muitas outras que não ensinámos e ela sabe. E só pode ter aprendido no colégio e em mais lado nenhum.

Quantos de nós não se recordam do stress de um primeiro dia de aulas ou do primeiro dia de um novo emprego? Por norma, os primeiros dias são complicados para toda a gente. É um mundo novo, afinal. Que eles vão conhecer e vão saber dar a volta por cima. Por isso, liguem os descomplicómetros, não fiquem inseguros e vai correr tudo bem, se não for nos primeiros dias, há-de ser logo depois. Boa sorte a todos!

E depois, estes são ou não são os melhores anos da nossa vida?
(mal posso esperar para ir comprar a lista de material escolar, ai as saudades desses tempos...)

terça-feira, setembro 05, 2006

Dourados





É um pé e só dá para ver que tem uma corzita (apesar de constantemente besuntada com factor 60) porque fica com um risquinho mais claro nas "dobradiças" dos pés e das mãos.

Lanzarote - água









Lanzarote - terra










segunda-feira, setembro 04, 2006

Das férias trago

sobretudo a noção de que é impossível descansar quando se tem uma filha hiperactiva (não que tenha sido diagonosticado, mas nós já começamos a achar que tanto salto e pulo e nunca parar 2 segundos quieta, excepto a dormir, não pode ser normal, é demais).

das malas que odeio fazer (odeio, odeio, odeio e só odeio um bocadinho menos graças à folhinha de Excel que o meu pai fez e que eu adaptei com as nossas coisas, e que tem tudo o que se possa pensar que podemos precisar de levar para férias)

dela a nadar como verdadeiro peixe na água (temos provas filmadas!). Com as suas badeiras (braçadeiras) nos braços ora vai de barriga para baixo ora vai de costas, a dar às pernas, concentrada no que está a fazer. É definitivamente peixe! E o ar de satisfação quando está dentro de água, é indescritível. Por isso as idas à praia e piscina são tudo menos relaxantes. Ainda não dá para a deixar sozinha dentro de água, não é?

dela a pedir "paia (praia)" e "põe as badeiras" sempre que quer ir para dentro de água. Mas também a dizer "xair" quando já se fartou e está a começar a tremer e ficar roxa e com os dedos "nojos" como eu dizia quando era miúda e ficava enregelada.

dela a comer (às vezes, só às vezes) como gente grande, com o "fago" ou a "coié" e a conseguir colocá-los direitinhos na boca. Também recordo as vezes em que come tudo à mão e faz uma grande javardice e enche a roupa toda de nódoas de tomate, que ela adora. A resposta "batatas" sempre que perguntamos o que quer comer (fritas, entenda-se) mas distraída lá acaba por se esquecer e comer outras coisas.

dela a falar. A falar. A falar, A falar. Fala pelos cotovelos. Dou comigo às vezes a pensar: mas porque é que eu estava desejando que tu falassses mesmo? É que agora não se cala. E também não se limita a dizer palavras. Agora é tudo em frases. E frases que até se percebem. Do género:


Tia (tira) o pé, pai.

Dá cá o chapéu mãe.

A Pipa põe o tinto (cinto - da cadeira do carro, da cadeira de comer, do carro de passeio, seja qual for, ela é que quer pôr)

Biada nói (obrigada senhor - utiliza quando os empregados do restaurante trazem alguma cosia para a mesa)

Não choia Caquinho - não chora Vasquinho (esta fartou-se de dizer nas férias, ao filho dos nossos companhieros de viagem, quando ele começava a "refilar")

A pota tá tada (fechada), sem mais nem menos sempre que vê uma porta fechada

Oia o vião (olha o avião - quando ouve ou vê um avião passar)

Se houve algum knoc knoc na porta diz logo "Quem é?" (mas quem é que lhe ensinou esta, nós nunca dizemos "quem é", espreitamos pelo visor ou pelo óculo!

pergunta-nos muitas vezes "o que foi pai" ou "o que foi mãe"

Pergunta-nos muitas vezes "como chamas?"

Outras vezes quando a chamamos, responde "Diz"

Adora combóios e adora dizer-lhes "xau tabóio, uuu uuuu"

Estas e muitas outras, apareceram-lhe naturalmente, durante as férias. De vez em quando há uma ou outra que não percebo e ela repete e repete como se fosse óbvio aquilo que está a dizer, mas no geral até se percebe bem. E nós fartamo-nos de rir às custas dela principalmente quando se sai com novidades que ninguém estava à espera. Está uma menina, esta nossa filha.

...

dela a andar de camelo ao meu colo sem qualquer sinal de medo. E como é que faz o camelo? "Pumba" (porque se sentam primeiro nas patas dianteiras e só depois "cai" o rabo).

da visão do cabelo dela a ficar parecido com o de uma menina, com caracóis loiros e canudos (mini mini mas dá para ver!). Dos "ganches" de todas as cores que já comprei e que ela normalmente deixa pôr e até pede "A Pipa põe"... como não podia deixar de ser!"

do preto e vermelho e castanho e quase total ausência de verde da paisagem onde passámos a semana do meio das férias.

de que me apetece ter férias outra vez. (Ainda bem que só faltam 3 semanas!)

Será possível

que eu regresse de férias mais cansada do que fui?