quarta-feira, julho 05, 2006

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Olá amiga

Hoje, ao almoço, estive com a minha mãe e contei-lhe do teu escrito sobre as memórias saborosas do colégio e até ela se lembrou logo de uma ou outra situação….

Depois de ler, lembrei-me logo de um episódio que ficou para a história: O autocarro C a sair do colégio para a 2ª volta quando o Dr. Nabais o manda parar. No vidro de trás um papel a dizer TELHAL. Claro que apurou logo quem eram os meninos que iam na 1ª volta naqueles lugares - a nossa Turma B como não podia deixar de ser! Foram chamados e até tiveram que confessar em que aula escreveram aquilo. O Keny estava envolvido, não sei quem mais.

Lembro-me da 1ª vez que fui para o colégio a lista de material de desenho/pintura que deram aos nossos pais. Acho que ainda hoje consigo sentir a emoção que foi estar na papelaria Fernandes a comprar aquele material todo.
E a ansiedade de ver os livros do próximo ano, ainda quando estávamos de férias (porque enviam a lista com antecedência para os papás comprarem).

Lembro-me de um professor de francês no 2º ano que passava as aulas a corrigir umas fichas que supostamente deveríamos ter feito em casa. O António ouvia os relatos do Benfica nessas aulas.

Lembro-me de uma garraiada…estava o prof. Falcão a tentar tourear um “bichinho” quando soltam outro que achou o fundilho das calças dele apetitoso…

Lembro-me dos nossos almoços que incluíam batatas fritas… escondíamos o primeiro prato debaixo da mesa para termos direito a mais batatas.
Com a fruta era o contrário, fingíamos que já tínhamos comido (excepto quando o Prof Rosa se sentava na nossa mesa)
Também conseguimos por o irmão da Kikas a comer ao contrário (não te esqueças que ele é canhoto).

E lembro-me de determinadas regras que nos pareciam exageradas, como não poder andar com camisolas com desenhos atrás, andar com a camisa por fora das calças, usar fato de treino, …mas que no fundo talvez não sejam tão despropositadas e passo a contar dois episódios:

No meu 10º ano, estava numa aula (acho que de sociologia) quando comecei a desenhar a parte de trás da t-shirt do meu colega (qualquer coisa relacionada com surf) e passado um bocado parei e pensei: O Sr. Tinha razão, os desenhos nas camisolas podem distrair os colegas…
Outra situação passou-se há pouco tempo quando o Diogo me pediu para ir para a escola de fato de treino porque um colega também ia. Eu disse-lhe que só ia de fato de treino nos dias da ginástica porque o fato de treino era para treinar…onde é que eu já tinha ouvido isto???

Incrível como depois de 20 anos há marcas que não desaparecem…

Tal como tu, gostava que o meu filhote um dia venha a gostar tanto de uma escola (mesmo que não seja aquela) como eu gostei do colégio.
Gostava que ele gostasse do local com eu gostei, que ele tivesse turmas com eu tive e amigos como eu encontrei…sim, porque ao fim de 20 anos continuarmos coordenadas a falar dá que pensar…

Um beijinho especial

Ana

…………………Tudo isto pode ser divulgado. Não é confidencial……………………..



Recebi, assino, subscrevo e pedi autorização para transcrever na íntegra porque não há nada como vir tudo escrito na primeira pessoa. (Como é que o Carlitititos ainda se lembrava que nós acabávamos as frases uma da outra??)

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns pelo post! Andava eu aqui na net a pesquisar um título "memórias da escola" quando me apareceu este blog e eu tive a curiosidade do ir espreitar! n csgo ficar indiferente ao que acabei de ler... também eu tenho uma escola que mt me marcou e que para sempre permanecerá no meu coração. Estudei 5 anos na escola Manuel de Figueiredo em torres novas e há 4 anos que saí de lá e ainda hoje lá vou fazer uma visita. Considero que foi a minha segunda casa, pois estudei lá do 5º ao 9º ano, fiz mt amigos desde colegas, a professores e funcionários. É com grande saudade que hoje recordo os bons tempos que lá estudei os melhores da minha vida, é com saudades que recordo algumas professoras que hoje são grandes amigas, pessoas mt especiais que fizeram e farão sempre parte d minha vida, pessoas que um dia nos ajudaram a crescer e a ser o q hoje somos, nelas vimos um sorriso e uma lágrima, assim como um doce abraço. Há pessoas e lugares que nos marcam para sempre...